Jogadores de futebol miram o mercado de imóveis

Jogadores de futebol miram o mercado de imóveis

Origem humilde, endinheirados, gostam de luxo – alguns, de ostentação – e querem melhorar as condições de vida de suas famílias proporcionando-lhes conforto e bem-estar. Este é o perfil de uma minoria (mas nem por isso menos significativa) dos jogadores de futebol. O mercado imobiliário pode ganhar com esse público, desde que lhe ofereça produtos adequados no momento oportuno. Para falar sobre esse assunto, o presidente do Santos Futebol Clube, Luís Alberto de Oliveira Ribeiro (conhecido como Laor) marcou presença em talk show promovido pelo Secovi-SP no âmbito da Semana Imobiliária. Além de bem-sucedido executivo do futebol, Laor também é reconhecido por sua atuação no ramo imobiliário, no qual se destaca por ter sido um dos fundadores da Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos do Patrimônio).

Laor demonstrou a trajetória por que passou o futebol no Brasil – no início, esporte de elite; posteriormente, popularizou-se com a adesão das massas – até se transformar num mercado milionário: de terrenos baldios a mega-arenas, de pequenas torcidas em localidades afastadas à audiência de 3,2 bilhões de pessoas assistindo pela televisão a uma final de Copa do Mundo, das periferias pobres sem muitos recursos aos astronômicos R$ 5 bilhões que uma Copa movimenta, de uma vida com poucas posses ao estrelato. “Quem não se lembra do Leônidas da Silva com seu cadilac e paletó branco? Isso mudou a imagem do jogador de futebol”, contou o presidente do Santos.

Na opinião de Laor, o futebol virou negócio, e a figura do jogador sofreu profundas transformações: de mero atleta, passou a ser equiparado a artista. O corolário foi o surgimento de uma nova classe econômica: empresários, agentes e intermediadores. Mais: com dinheiro no bolso, todos pensam onde e como investi-lo. “A carreira de jogador é curta, dura no máximo 20 anos. Por isso, esses profissionais procuram investir em coisas seguras, como imóveis”, disse o dirigente.

Sem nenhuma pretensão científica, Laor fez uma pesquisa com 15 atletas do Santos do elenco atual, com idade entre 18 e 32 anos. Os resultados permitem constituir um norte. Nove deles investem prioritariamente em imóveis, aconselhados tantos pelos pais como pelos empresários. “O sonho dos garotos do sub-16 é dar a primeira casa para a mãe. Nessa faixa etária, o salário já é alto para a idade deles”, afirmou.

De acordo com a pesquisa, dos 15 atletas entrevistados, seis já compraram imóveis na planta (atitude que mostra visão de futuro) e 11 já recorreram à ajuda de corretores. Laor também mencionou casos de sucesso de ex-jogadores que investiram no mercado imobiliário, como Pepe (segundo maior artilheiro do Santos, atrás somente de Pelé), que terminou sua carreira de atleta com seis apartamentos. Emerson Leão, ex-técnico do time, também presente ao evento, é outro exemplo. “Já construí dois condomínios de casas no Morumbi”, disse. Muitos jogadores, hoje, investem no mercado não só na compra de imóveis, mas também associando-se a empresas. “Um grande atleta que atuou em 20 clubes em sua carreira, depois de aposentar, tornou-se magnata, com sua própria construtora”, contou Laor, ao se referir a Alex Dias.

Thomaz Lico Martins, ex-diretor do Corinthians, lembrou que são poucos os atletas com condições de investir em imóveis. Disse também que o advento da Lei Pelé adicionou uma dificuldade. “Hoje há mais insegurança, pois os contratos são firmados com tempo mais curto. Sem estabilidade, os jogadores evitam se endividar em logo prazo”, disse Martins. São poucos os atletas que têm visão de rentabilidade de um empreendimento imobiliário. Em razão disso, ele avalia que a melhor opção ao jogador que quer investir em imóveis são os fundos de investimento. “O risco é diluído”, disse. Ele também lembrou que os agentes e intermediadores, muitas vezes, são “pais” desses jovens atletas, e costumam dar conselhos sobre onde investir o que ganham.

Não são apenas os atletas que visam lucrar com o setor imobiliário. Os clubes também já estão de olho nesse filão. “O Corinthians pensa na criação de um cemitério. Em termos de marketing, seria transformar a fidelidade do torcedor em receita. Há gente disposta a pagar muito por alguns centímetros quadrados”, disse o ex-dirigente do time. “O Corinthians, do 16º deve em breve o 5º clube mais rico do mundo. E o mercado imobiliário será palco disso”.

 

Fonte: Secovi| www.secovi.com.br

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